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TIRANIA INFANTIL

TIRANIA INFANTIL

Saudações,

Um novo tipo de comportamento tem sido observado em crianças nas últimas décadas.

Este comportamento surgido dentro de um novo contexto sócio-cultural, onde boa parte de uma geração de jovens que nas últimas décadas se tornaram pais, buscaram adotar um estilo de educação oposta aos quais foram submetidos. Geralmente filhos de pais autoritários, que ditavam regras e puniam, buscaram fazer o oposto, ser liberais e permissivos ao extremo, radicalizando para o lado oposto, confundindo autoritarismo com autoridade.

Abrir mão do autoritarismo e das punições de outrora é um avanço no estilo de educação, mas radicalizar para o oposto, tudo permitindo e evitando qualquer frustração dos filhos, também não é o mais adequado. Autoritarismo não é o mesmo que autoridade.

A demarcação de limites na infância é fundamental para educar futuros adultos maduros no campo da empatia (capacidade de se colocar no lugar do outro), consequentemente sendo capazes de experimentar sentimentos como amor e compaixão, daí que permitir que a criança experimente pequenos graus de frustração é vital para que elas entendam que o mundo não gira em torno de si para satisfazer seu ego.

O desejo de fazer o filho feliz tem sido confundido com a oferta incessante de presentes e regalias, quando na verdade a felicidade está mais associada a relações afetivas saudáveis e ao estímulo do desenvolvimento de virtudes, do que propriamente ao oferecimento de privilégios. 

E é desenvolvendo personalidades egocêntricas e pouca tolerância à frustração que vão crescendo estas crianças submetendo os pais às suas necessidades e caprichos.

É característica deste comportamento disfuncional, que passou a ser chamado de síndrome do imperador, quando na infância apresentam a necessidade de chamar a atenção sem respeitar o espaço do outro, querendo sempre ser o centro de tudo. Rebeldia, desobediência e sempre invertendo os papéis da autoridade, onde não são os pais que dizem a hora de comer, de dormir, o que ver na tv, mas sim, ela, a criança. E para que se realize todos os seus desejos irá chorar e se utilizará de chantagem emocional ou mentiras.

Vão crescendo agitadas, inquietas, gritando quando são contrariadas, não sentindo culpa pelo que fazem aos outros, não demonstrando solidariedade e não respeitando figuras de autoridades como pais e professores.

Incapazes de servir ao outro, são arrogantes, soberbas e muitas chegam ao ponto de se tornarem violentas quando frustradas.

Na verdade, a síndrome do imperador não é um problema psicológico, mas sim, relativo com a educação que tiveram, ou seja, na verdade não tiveram a oportunidade de aprender a forma certa de se comportar. Para muito além do simples “criança mimada”, temos no caso da síndrome do imperador, a participação dos pais cujas características podem ser a de sempre acatar e aceitar todos os comportamentos e exigências do filho; medo de frustrarem a criança, porque acreditam que com isso possa ocorrer uma repercussão negativa na personalidade do filho (quando o que acontece na verdade é o inverso); nunca sabendo dizer não; uma pré-disposição para sentirem-se culpados; permissivos ao extremo, dentre outras características que fazem o filho não aprender a ter obediência, logo não aprendendo a ter autocontrole, não ter limites.

E mesmo passando por constrangimentos, estresse, irritabilidade e outros fatores que chegam a atrapalhar a sua vida, estes pais acreditam que estão fazendo o melhor pelos filhos. E estes filhos uma parte se tornando agressivos, outra grande parte crescendo ansiosos, desmotivados e alguns se tornando jovens depressivos, pois criados como príncipes e princesas não tendo capacidade emocional de enfrentar os desafios, dificuldades e frustrações da vida, formam hoje uma grande legião e que serão adultos desequilibrados emocionalmente e narcisistas ao extremo.

E assim segue a tal modernidade...

Só para registro e reflexão.

Fecha o pano.